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O Livro dos Espíritos

por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires

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III – Caridade e Amor ao Próximo

886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

— Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão das ofensas.

Comentário de Kardec: O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, que desejaríamos que nos fosse feito. Tal é o sentido das palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos outros, como irmãos”.

A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, mas abrange todas as relações com os nossos semelhantes, quer se trate de nossos inferiores, iguais ou superiores. Ela nos manda ser indulgentes, porque temos necessidade de indulgência, e nos proíbe humilhar o infortúnio, ao contrário do que comumente se pratica. Se um rico nos procura, atendemo-lo com excesso de consideração e atenção, mas se é um pobre, parece que não nos devemos incomodar com ele. Quanto mais, entretanto, sua posição é lastimável, mais devemos temer aumentar-lhe a desgraça pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos.

887. Jesus ensinou ainda: “Amai aos vossos inimigos”. Ora, um amor pelos nossos inimigos não é contrário às nossas tendências naturais, e a inimizade não provém de uma falta de simpatia entre os Espíritos?

— Sem dúvida não se pode ter, para com os inimigos, um amor terno e apaixonado. E não foi isso que ele quis dizer. Amar aos inimigos é perdoá-los e pagar-lhes o mal com o bem. É assim que nos tornamos superiores; pela vingança nos colocamos abaixo deles.

888. Que pensar da esmola?

— O homem reduzido a pedir esmolas se degrada moral e fisicamente: se embrutece. Numa sociedade baseada na lei de Deus e na justiça, deve-se prover a vida do fraco, sem humilhação para ele. Deve-se assegurar a existência dos que não podem trabalhar sem deixá-los à mercê do acaso e da boa vontade.

888 – a) Então condenais a esmola?

— Não, pois não é a esmola que é censurável, mas quase sempre a maneira por que ela é dada. O homem de bem, que compreende a caridade segundo Jesus, vai ao encontro do desgraçado sem esperar que ele lhe estenda a mão.

A verdadeira caridade é sempre boa c benevolente; tanto está no ato quanto na maneira de fazê-la. Um serviço prestado com delicadeza tem duplo valor; se o for com altivez, a necessidade pode fazê-lo aceito, mas o coração mal será tocado.

Lembrai-vos ainda de que a ostentação apaga aos olhos de Deus o mérito do benefício. Jesus disse: “Que a vossa mão esquerda ignore o que faz a direita”. Com isso, ele vos ensina a não manchar a caridade pelo orgulho.

É necessário distinguir a esmola propriamente dita da beneficência. O mais necessitado nem sempre é o que pede: o temor da humilhação retém o  verdadeiro pobre, que quase sempre sofre sem se queixar. É a esse que o homem verdadeiramente humano sabe assistir sem ostentação.

Amai-vos uns aos outros, eis toda lei, divina lei pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados, e a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.

Não olvideis jamais que o Espírito, qualquer que seja o seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnado ou na erraticidade, esta sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior perante o qual tem deveres iguais a cumprir. Sede, portanto, caridosos, não somente dessa caridade que vos leva a tirar do bolso o óbolo que friamente atirais ao que ousa pedir-vos, mas ide ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes para com os erros dos vossos semelhantes. Em lugar de desprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os. Sede afáveis e benevolentes para com todos os que vos são inferiores; sede-o mesmo para com os mais ínfimos seres da Criação, e tereis obedecido a lei de Deus. (São Vicente de Paulo.)

889. Não há homens reduzidos à mendicidade por sua própria culpa?

— Sem dúvida. Mas se uma boa educação moral lhes tivesse ensinado a lei de Deus, não teriam caído nos excessos que os levaram à perda. E é disso, sobretudo, que depende o melhoramento do vosso globo. (Ver item 707.)

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      • Cap. 10 – OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
        • I – Ocupações e Missões dos Espíritos
      • Cap. 11 – OS TRÊS REINOS
        • I – Os Minerais e as Plantas
        • II – Os Animais e o Homem
        • III – Metempsicose
    • Livro III
      • Cap. 1 – A LEI DIVINA OU NATURAL
        • I – Caracteres da Lei Natural
        • II – Conhecimento da Lei Natural
        • III – O Bem e o Mal
        • IV – Divisão da Lei Natural
      • Cap. 2 – LEI DE ADORAÇÃO
        • I – Finalidade da Adoração
        • II – Adoração Exterior
        • III – Vida Contemplativa
        • IV – Da Prece
        • V – Politeísmo
        • VI – Sacrifícios
      • Cap. 3 – LEI DO TRABALHO
        • I – Necessidade do Trabalho
        • II – Limite do Trabalho – Repouso
      • Cap. 4 – LEI DA REPRODUÇÃO
        • I – População do Globo
        • II – Sucessão e Aperfeiçoamento das Raças
        • III – Obstáculos à Reprodução
        • IV – Casamento e Celibato
        • V – Poligamia
      • Cap. 5 – LEI DE CONSERVAÇÃO
        • I – Instinto de Conservação
        • II – Meios de Conservação
        • III – Gozo dos Bens da Terra
        • IV – Necessário e Supérfluo
        • V – Privações Voluntárias – Mortificações
      • Cap. 6 – LEI DE DESTRUIÇÃO
        • I – Destruição Necessária e Destruição Abusiva
        • II – Flagelos Destruidores
        • III – Guerras
        • IV – Assassínio
        • V – Crueldade
        • VI – Duelo
        • VII – Pena de Morte
      • Cap. 7 – LEI DE SOCIEDADE
        • I – Necessidade da Vida Social
        • II – Vida de Isolamento – Voto de Silêncio
        • III – Laços de Família
      • Cap. 8 – LEI DO PROGRESSO
        • I – Estado Natural
        • II – Marcha do Progresso
        • III – Povos Degenerados
        • IV – Civilização
        • V – Progresso da Legislação Humana
        • VI – Influência do Espiritismo no Progresso
      • Cap. 9 – LEI DE IGUALDADE
        • I – Igualdade Natural
        • II – Desigualdade de Aptidões
        • III – Desigualdades Sociais
        • IV – Desigualdades das Riquezas
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        • VI – Igualdade de Direitos do Homem e da Mulher
        • VII – Igualdade Perante o Túmulo
      • Cap. 10 – LEI DE LIBERDADE
        • I – Liberdade Natural
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        • III – Liberdade de Pensamento
        • IV – Liberdade de Consciência
        • V – Livre Arbítrio
        • VI – Fatalidade
        • VII – Conhecimento do Futuro
        • VIII – Resumo Teórico do Móvel das Ações Humanas
      • Cap. 11 – LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE
        • I – Justiça e Direito Natural
        • II – Direito de Propriedade – Roubo
        • III – Caridade e Amor ao Próximo
        • IV – Amor Maternal e Filial
      • Cap. 12 – PERFEIÇÃO MORAL
        • I – As Virtudes e os Vícios
        • II – Das Paixões
        • III – Do Egoísmo
        • IV – Caracteres do Homem de Bem
        • V – Conhecimento de Si Mesmo
    • Livro IV
      • Cap. I – PENAS E GOZOS TERRENOS
        • I – Felicidade e Infelicidade Relativas
        • II – Perda de Entes Queridos
        • III – Decepções, Ingratidão, Quebra de Afeições
        • IV – Uniões Antipáticas
        • V – Preocupação com a Morte
        • VI – Desgosto Pela Vida – Suicídio
      • Cap. II – PENAS E GOZOS FUTUROS
        • I – O Nada – A Vida Futura
        • II – Intuição das Penas e dos Gozos Futuros
        • III – Intervenção de Deus nas Penas e Recompensas
        • IV – Natureza das Penas e Gozos Futuros
        • V – Penas Temporais
        • VI – Expiação e Arrependimento
        • VII – Duração das Penas Futuras
        • VIII – Ressurreição da Carne
        • IX – Paraíso, Inferno, Purgatório, Paraíso Perdido
    • Conclusão

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