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O Livro dos Espíritos

por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires

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V – Privações Voluntárias – Mortificações

718. A lei de conservação obriga-nos a prover as necessidades do corpo?

— Sim, pois sem a energia e a saúde o trabalho é impossível.

719. O homem é censurável por procurar o bem-estar?

— O bem-estar é um desejo natural. Deus só proíbe o abuso, por ser contrário à conservação, e não considera um crime a procura do bem-estar, se este não for conquistado às expensas de alguém e se não enfraquecer as vossas forças morais nem as vossas forças físicas.

720. As privações voluntárias, com vistas a uma expiação igualmente voluntária, têm algum mérito aos olhos de Deus?

— Fazei o bem aos outros e tereis maior mérito.

720 – a) Há privações voluntárias que sejam meritórias?

— Sim: a privação dos prazeres inúteis, porque liberta o homem da matéria e eleva sua alma. O meritório é resistir à tentação que vos convida aos excessos e ao gozo das coisas inúteis; é retirar do necessário para dar aos que o não têm. Se a privação nada mais for que um fingimento, será apenas uma irrisão.

721. A vida de mortificações no ascetismo tem sido praticada desde toda a Antiguidade e nos diferentes povos; é ela meritória sob algum ponto de vista?

— Perguntai a quem ela aproveita e tereis a resposta. Se não serve senão ao que a pratica e o impede de fazer o bem, é egoísta, qualquer que seja o pretexto sob o qual se disfarce. Submeter-se a privações no trabalho pelos outros é a verdadeira mortificação, de acordo com a caridade cristã.

722. A abstenção de certos alimentos, prescrita entre diversos povos, funda-se na razão?

— Tudo aquilo de que o homem se possa alimentar, sem prejuízo para a sua saúde, é permitido. Mas os legisladores puderam interditar alguns alimentos com uma finalidade útil. E para dar maior crédito às suas leis apresentaram-nas como provindas de Deus.

723. A alimentação animal, para o homem, é contrária à lei natural?

— Na vossa constituição física, a carne nutre a carne, pois do contrário o homem perece. A lei de conservação impõe ao homem o dever de conservar as suas energias e a sua saúde para poder cumprir a lei do trabalho. Ele deve alimentar-se, portanto, segundo o exige a sua organização.

724. A abstenção de alimentos animais ou outros, como expiação, é meritória?

— Sim, se o homem se priva em favor dos outros, pois Deus não pode ver mortificação quando não há privação séria e útil. Eis porque dizemos que os que só se privam em aparência são hipócritas. (Ver item 720.)

725. Que pensar das mutilações praticadas no corpo do homem ou dos animais?

— A que vem semelhante pergunta? Perguntai sempre se uma coisa é útil. O que é inútil não pode ser agradável a Deus e o que é prejudicial lhe é sempre desagradável. Porque, ficai sabendo, Deus só é sensível aos sentimentos que elevam a alma para ele, e é praticando as suas leis, em vez de violá-las, que podereis sacudir o jugo de vossa matéria terrena.

726. Se os sofrimentos deste mundo nos elevam, conforme os suportamos, poderemos elevar-nos pelos que criarmos voluntariamente?

— Os únicos sofrimentos que elevam são os naturais, porque vêm de  Deus. Os sofrimentos voluntários não servem para nada, quando nada valem para o bem de outros. Crês que os que abreviam a vida através de rigores sobre-humanos, como o fazem os bonzos, os faquires e alguns fanáticos de tantas seitas, avançam na sua senda ? Por que não trabalham, antes em favor dos seus semelhantes? Que vistam o indigente, consolem o que chora, trabalhem pelo que está enfermo, sofram privações para o alívio dos infelizes e então sua vida será útil e agradável a Deus. Quando, nos sofrimentos voluntários a que se sujeita, o homem não tem em vista senão a si mesmo, trata-se de egoísmo; quando alguém sofre pelos outros, pratica a caridade; são esses os preceitos do Cristo.

727. Se não devemos criar para nós sofrimentos voluntários que não são de nenhuma utilidade para os outros, devemos, no entanto, preservar-nos dos que prevemos ou dos que nos ameaçam?

— O instinto de conservação foi dado a todos os seres contra os perigos e os sofrimentos. Fustigai o vosso Espírito e não o vosso corpo, mortificai vosso orgulho, sufocai o vosso egoísmo que se assemelha a uma serpente a vos devorar o coração, e fareis mais pelo vosso adiantamento do que por meio de rigores que não mais pertencem a este século.

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      • Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita
        • I – Espiritismo e Espiritualismo
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      • Capítulo 1 – DEUS
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        • II – Provas da Existência de Deus
        • III – Atributos da Divindade
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      • Capítulo 2 – ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO
        • I – Conhecimento do Princípio das Coisas
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        • III – Propriedades da Matéria
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      • Capítulo 3 – CRIAÇÃO
        • I – Formação dos Mundos
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        • V – Pluralidade dos Mundos
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      • Capítulo 4 – PRINCÍPIO VITAL
        • I – Seres Orgânicos e Inorgânicos
        • II – A Vida e a Morte
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    • Livro II
      • Cap. 1 – DOS ESPÍRITOS
        • I – Origem e Natureza dos Espíritos
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      • Cap. 7 – RETORNO À VIDA CORPORAL
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      • Cap. 8 – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
        • I – O Sono E Os Sonhos
        • II – Visitas Espíritas Entre Vivos
        • III – Transmissão Oculta do Pensamento
        • IV – Letargia, Catalepsia, Morte Aparente
        • V – Sonambulismo
        • VI – Êxtase
        • VII – Dupla Vista
        • VIII – Resumo Teórico do Sonambulismo, do Êxtase e da Dupla Vista
      • Cap. 9 – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO
        • I – Penetração No Nosso Pensamento Pelos Espíritos
        • II – Influência Oculta dos Espíritos Sobre os Nossos Pensamentos e as Nossas Ações
        • III – Possessos
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        • VII – Pressentimentos
        • VIII – Influência dos Espíritos sobre os Acontecimentos da Vida
        • IX – Ação dos Espíritos sobre os Fenômenos da Natureza
        • X – Os Espíritos Durante os Combates
        • XI – Dos Pactos
        • XII – Poder Oculto, Talismãs, Feiticeiros
        • XIII – Benção e Maldição
      • Cap. 10 – OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
        • I – Ocupações e Missões dos Espíritos
      • Cap. 11 – OS TRÊS REINOS
        • I – Os Minerais e as Plantas
        • II – Os Animais e o Homem
        • III – Metempsicose
    • Livro III
      • Cap. 1 – A LEI DIVINA OU NATURAL
        • I – Caracteres da Lei Natural
        • II – Conhecimento da Lei Natural
        • III – O Bem e o Mal
        • IV – Divisão da Lei Natural
      • Cap. 2 – LEI DE ADORAÇÃO
        • I – Finalidade da Adoração
        • II – Adoração Exterior
        • III – Vida Contemplativa
        • IV – Da Prece
        • V – Politeísmo
        • VI – Sacrifícios
      • Cap. 3 – LEI DO TRABALHO
        • I – Necessidade do Trabalho
        • II – Limite do Trabalho – Repouso
      • Cap. 4 – LEI DA REPRODUÇÃO
        • I – População do Globo
        • II – Sucessão e Aperfeiçoamento das Raças
        • III – Obstáculos à Reprodução
        • IV – Casamento e Celibato
        • V – Poligamia
      • Cap. 5 – LEI DE CONSERVAÇÃO
        • I – Instinto de Conservação
        • II – Meios de Conservação
        • III – Gozo dos Bens da Terra
        • IV – Necessário e Supérfluo
        • V – Privações Voluntárias – Mortificações
      • Cap. 6 – LEI DE DESTRUIÇÃO
        • I – Destruição Necessária e Destruição Abusiva
        • II – Flagelos Destruidores
        • III – Guerras
        • IV – Assassínio
        • V – Crueldade
        • VI – Duelo
        • VII – Pena de Morte
      • Cap. 7 – LEI DE SOCIEDADE
        • I – Necessidade da Vida Social
        • II – Vida de Isolamento – Voto de Silêncio
        • III – Laços de Família
      • Cap. 8 – LEI DO PROGRESSO
        • I – Estado Natural
        • II – Marcha do Progresso
        • III – Povos Degenerados
        • IV – Civilização
        • V – Progresso da Legislação Humana
        • VI – Influência do Espiritismo no Progresso
      • Cap. 9 – LEI DE IGUALDADE
        • I – Igualdade Natural
        • II – Desigualdade de Aptidões
        • III – Desigualdades Sociais
        • IV – Desigualdades das Riquezas
        • V – Provas da Riqueza e da Miséria
        • VI – Igualdade de Direitos do Homem e da Mulher
        • VII – Igualdade Perante o Túmulo
      • Cap. 10 – LEI DE LIBERDADE
        • I – Liberdade Natural
        • II – Escravidão
        • III – Liberdade de Pensamento
        • IV – Liberdade de Consciência
        • V – Livre Arbítrio
        • VI – Fatalidade
        • VII – Conhecimento do Futuro
        • VIII – Resumo Teórico do Móvel das Ações Humanas
      • Cap. 11 – LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE
        • I – Justiça e Direito Natural
        • II – Direito de Propriedade – Roubo
        • III – Caridade e Amor ao Próximo
        • IV – Amor Maternal e Filial
      • Cap. 12 – PERFEIÇÃO MORAL
        • I – As Virtudes e os Vícios
        • II – Das Paixões
        • III – Do Egoísmo
        • IV – Caracteres do Homem de Bem
        • V – Conhecimento de Si Mesmo
    • Livro IV
      • Cap. I – PENAS E GOZOS TERRENOS
        • I – Felicidade e Infelicidade Relativas
        • II – Perda de Entes Queridos
        • III – Decepções, Ingratidão, Quebra de Afeições
        • IV – Uniões Antipáticas
        • V – Preocupação com a Morte
        • VI – Desgosto Pela Vida – Suicídio
      • Cap. II – PENAS E GOZOS FUTUROS
        • I – O Nada – A Vida Futura
        • II – Intuição das Penas e dos Gozos Futuros
        • III – Intervenção de Deus nas Penas e Recompensas
        • IV – Natureza das Penas e Gozos Futuros
        • V – Penas Temporais
        • VI – Expiação e Arrependimento
        • VII – Duração das Penas Futuras
        • VIII – Ressurreição da Carne
        • IX – Paraíso, Inferno, Purgatório, Paraíso Perdido
    • Conclusão

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