• Inicial
  • Índice
  • Introdução
  • Livro I
  • Livro II
  • Livro III
  • Livro IV
  • Conclusão

O Livro dos Espíritos

por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires

Feeds:
Posts
Comentários

I – Os Minerais e as Plantas

585. Que pensais da divisão da Natureza em três reinos, ou ainda em duas classes: os seres orgânicos e os seres inorgânicos? Alguns fazem da espécie humana um quarto reino. Qual dessas divisões é a preferível?

— Todas são boas: isso depende do ponto de vista. Encarados sob o aspecto material, não há senão seres orgânicos e seres inorgânicos; do ponto de vista moral, há, evidentemente, quatro graus.

Comentário de Kardec: Esses quatro graus têm, com efeito, caracteres bem definidos, embora pareçam confundir-se os seus limites. A matéria inerte, que constitui o reino mineral, não possui mais do que uma força mecânica; as plantas, compostas de matéria inerte, são dotadas de vitalidade; os animais, compostos de matéria inerte e dotados de vitalidade, têm também uma espécie de inteligência instintiva, limitada, com a consciência de sua existência e de sua individualidade; o homem, tendo tudo o que existe nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial ilimitada(l) que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extra-materiais e o conhecimento de Deus.

 586. As plantas têm consciência de sua existência?

 — Não. Elas não pensam; não têm mais do que a vida orgânica.

587. As plantas têm sensações; sofrem, quando mutiladas?

— As plantas recebem as impressões físicas da ação sobre a matéria, mas não têm percepções, por conseguinte, não têm a sensação de dor.

588. A força que atrai as plantas, umas para as outras, é independente da sua vontade?

— Sim, pois elas não pensam. É uma força mecânica da matéria que age na matéria: elas não poderiam opor-se.

589. Certas plantas, como a sensitiva e a dionéia, por exemplo, têm movimentos que acusam uma grande sensibilidade e em alguns casos uma espécie de vontade, como a última, cujos lóbulos apanham a mosca que vem pousar sobre ela para sugar-lhe o suco, e à qual ela parece haver preparado uma armadilha para matar. Essas plantas são dotadas da faculdade de pensar? Têm uma vontade e formam uma classe intermediária entre a natureza vegetal e a animal? Constituem uma transição de uma para a outra?

— Tudo é transição na Natureza, pelo fato mesmo de que nada é semelhante, e no entanto tudo se liga. As plantas não pensam e por conseguinte não têm vontade. A ostra que se abre e todos os zoófitos não têm pensamento: nada mais possuem que um instinto natural e cego.

Comentário de Kardec: O organismo humano nos fornece exemplos de movimentos analógicos, sem a participação da vontade, como as funções digestivas e circulatórias. O piloro se fecha ao contato de certos corpos para negar-lhes passagem. O mesmo deve acontecer com a sensitiva, na qual os movimentos não implicam absolutamente a necessidade de uma percepção, e menos ainda de uma vontade.

590. Não há nas plantas, como nos animais, um instinto de conservação que o leva a procurar aquilo que lhes pode ser útil e a fugir ao que lhes pode prejudicar?

— Há, se o quiserdes, uma espécie de instinto; isso depende da extensão que se atribua a essa palavra; mas é puramente mecânico. Quando, nas reações químicas, vedes dois corpos se unirem, é que eles se afinam, quer dizer que há afinidades entre eles; mas não chamais a isso de instinto.

591. Nos mundos superiores as plantas são, com os outros seres, de natureza mais perfeita?

— Tudo é mais perfeito; mas as plantas são sempre plantas, como os animais são sempre animais e os homens sempre homens(2).

(l) A inteligência do homem é ilimitada em face da inteligência limitada do animal. O texto francês diz “indefinie”, geralmente traduzido por indefinida. Embora a palavra indefinido tenha, também em português, o sentido de sem limites, parece-nos que a tradução mais clara é a que fizemos. (N. do T.)
(2)Algumas pessoas fazem desta resposta uma negação da continuidade evolutiva das coisas e dos seres. O leitor deve considerar que a resposta se refere à condição dos mundos superiores, onde há plantas, animais e homens, como nos inferiores, mas em escala avançada. A palavra sempre não é empregada aí no sentido de eternidade, o que seria contrariar os princípios espíritas. Quer dizer apenas que os três reinos existem sempre em todos os mundos aqui referidos. Ver os itens 604, 607 e 607-A. (N. do T)

Share this:

  • Twitter
  • Facebook

Curtir isso:

Curtir Carregando...

  • Visite Também

    O Evangelho Segundo o Espiritismo

    O Livro dos Médiuns

    O Céu e o Inferno

    O Que Os Espíritos Dizem

    O Que Os Espíritos Dizem no YouTube

    PODCAST Mentalizações e Preces

  • Blog Stats

    • 8.538.920 hits
  • Follow O Livro dos Espíritos on WordPress.com
  • Digite seu endereço de email para acompanhar esse blog e receber notificações de novos posts por email.

    Junte-se a 1.044 outros assinantes
  • O QUE OS ESPÍRITOS DIZEM no YouTube

  • O Que Os Espíritos Dizem

    • Vídeo 054: Deus
    • Vídeo 053: Demônios
    • Vídeo 052 – Buscando a Cristo
    • O Céu e o Inferno – Cap. VI
    • Vídeo 051: Sofrimentos dos Suicidas
  • PODCAST: Mentalizações e Preces

  • Instagram

    #oqueosespiritosdizem #allankardec #doutrinaespirita #espiritismo #espiritualidade #chicoxavier #emmanuel #andreluiz #paz #serenidade
    #paz #serenidade #doutrinaespirita #espiritualidade #espiritismo
    #igualdade #fraternidade #amor #paz
    #doutrinaespirita #espiritismo #allankardec #chicoxavier #andreluiz #emmanuel
  • Perguntas e Comentários

    Perguntas e comentários podem ser postados no site O Que Os Espíritos Dizem ou na nossa página no Facebook: O Que Os Espíritos Dizem

    Se preferir, escreva para oqueosespiritosdizem@gmail.com

  • Páginas

    • Índice
    • Introdução
      • Sobre Esta Obra
      • Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita
        • I – Espiritismo e Espiritualismo
        • II – Alma, Princípio Vital e Fluido Vital
        • III – A Doutrina E Seus Contraditores
        • IV – Manifestações Inteligentes
        • V – Desenvolvimento da Psicografia
        • VI – Resumo da Doutrina dos Espíritos
        • VII – A Ciência e o Espiritismo
        • VIII – Perseverança e Seriedade
        • IX – Monopolizadores do Bom Senso
        • X – A Linguagem dos Espíritos e o Poder Diabólico
        • XI – Grandes e Pequenos
        • XII – Da Identificação dos Espíritos
        • XIII – As Divergências de Linguagem
        • XIV – As Questões de Ortografia
        • XV – A Loucura E Suas Causas
        • XVI – A Teoria Magnética E Do Meio Ambiente
        • XVII – Preenchendo Os Espaços Vazios
      • Prolegômenos
    • Livro I
      • Capítulo 1 – DEUS
        • I – Deus e O Infinito
        • II – Provas da Existência de Deus
        • III – Atributos da Divindade
        • IV – Panteísmo
      • Capítulo 2 – ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO
        • I – Conhecimento do Princípio das Coisas
        • II – Espírito e Matéria
        • III – Propriedades da Matéria
        • IV – Espaço Universal
      • Capítulo 3 – CRIAÇÃO
        • I – Formação dos Mundos
        • II – Formação dos Seres Vivos
        • III – Povoamento da Terra – Adão
        • IV – Diversidade das Raças Humanas
        • V – Pluralidade dos Mundos
        • VI – Considerações e Concordâncias Bíblicas Referentes à Criação
      • Capítulo 4 – PRINCÍPIO VITAL
        • I – Seres Orgânicos e Inorgânicos
        • II – A Vida e a Morte
        • III – Inteligência e Instinto
    • Livro II
      • Cap. 1 – DOS ESPÍRITOS
        • I – Origem e Natureza dos Espíritos
        • II – Mundo Normal Primitivo
        • III – Forma e Ubiqüidade dos Espíritos
        • IV – Perispírito
        • V – Diferentes Ordens de Espíritos
        • VI – Escala Espírita
        • VII – Progressão dos Espíritos
        • VIII – Anjos e Demônios
      • Cap. 2 – ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS
        • I – Finalidade da Encarnação
        • II – Da Alma
        • III – Materialismo
      • Cap. 3 – RETORNO DA VIDA CORPÓREA À VIDA ESPIRITUAL
        • I – A Alma Após A Morte
        • II – Separação da Alma e do Corpo
        • III – Perturbação Espírita
      • Cap. 4 – PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
        • I – Da Reencarnação
        • II – Justiça da Reencarnação
        • III – Encarnação nos Diferentes Mundos
        • IV – Transmigração Progressiva
        • V – Sorte das Crianças Após a Morte
        • VI – Sexo nos Espíritos
        • VII – Parentesco e Filiação
        • VIII – Semelhanças Físicas e Morais
        • IX – Idéias Inatas
      • Cap. 5 – CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
        • I – Considerações sobre a Pluralidade das Existências
      • Cap. 6 – VIDA ESPÍRITA
        • I – Espíritos Errantes
        • II – Mundos Transitórios
        • III – Percepções, Sensações e Sofrimentos dos Espíritos
        • IV – Ensaio Teórico Sobre A Sensação Nos Espíritos
        • V – Escolha das Provas
        • VI – Relações de Além-Túmulo
        • VII – Relações Simpáticas e Antipáticas dos Espíritos – Metades Eternas
        • VIII – Lembranças da Existência Corpórea
        • IX – Comemorações dos Mortos – Funerais
      • Cap. 7 – RETORNO À VIDA CORPORAL
        • I – Prelúdio do Retorno
        • II – União da Alma com o Corpo
        • III – Faculdades Morais e Intelectuais
        • IV – Influência do Organismo
        • V – Idiotismo e Loucura
        • VI – Da Infância
        • VII – Simpatias e Antipatias Terrenas
        • VIII – Esquecimento do Passado
      • Cap. 8 – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
        • I – O Sono E Os Sonhos
        • II – Visitas Espíritas Entre Vivos
        • III – Transmissão Oculta do Pensamento
        • IV – Letargia, Catalepsia, Morte Aparente
        • V – Sonambulismo
        • VI – Êxtase
        • VII – Dupla Vista
        • VIII – Resumo Teórico do Sonambulismo, do Êxtase e da Dupla Vista
      • Cap. 9 – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO
        • I – Penetração No Nosso Pensamento Pelos Espíritos
        • II – Influência Oculta dos Espíritos Sobre os Nossos Pensamentos e as Nossas Ações
        • III – Possessos
        • IV – Convulsionários
        • V – Afeição dos Espíritos por Certas Pessoas
        • VI – Anjos da Guarda, Espíritos Protetores, Familiares ou Simpáticos
        • VII – Pressentimentos
        • VIII – Influência dos Espíritos sobre os Acontecimentos da Vida
        • IX – Ação dos Espíritos sobre os Fenômenos da Natureza
        • X – Os Espíritos Durante os Combates
        • XI – Dos Pactos
        • XII – Poder Oculto, Talismãs, Feiticeiros
        • XIII – Benção e Maldição
      • Cap. 10 – OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
        • I – Ocupações e Missões dos Espíritos
      • Cap. 11 – OS TRÊS REINOS
        • I – Os Minerais e as Plantas
        • II – Os Animais e o Homem
        • III – Metempsicose
    • Livro III
      • Cap. 1 – A LEI DIVINA OU NATURAL
        • I – Caracteres da Lei Natural
        • II – Conhecimento da Lei Natural
        • III – O Bem e o Mal
        • IV – Divisão da Lei Natural
      • Cap. 2 – LEI DE ADORAÇÃO
        • I – Finalidade da Adoração
        • II – Adoração Exterior
        • III – Vida Contemplativa
        • IV – Da Prece
        • V – Politeísmo
        • VI – Sacrifícios
      • Cap. 3 – LEI DO TRABALHO
        • I – Necessidade do Trabalho
        • II – Limite do Trabalho – Repouso
      • Cap. 4 – LEI DA REPRODUÇÃO
        • I – População do Globo
        • II – Sucessão e Aperfeiçoamento das Raças
        • III – Obstáculos à Reprodução
        • IV – Casamento e Celibato
        • V – Poligamia
      • Cap. 5 – LEI DE CONSERVAÇÃO
        • I – Instinto de Conservação
        • II – Meios de Conservação
        • III – Gozo dos Bens da Terra
        • IV – Necessário e Supérfluo
        • V – Privações Voluntárias – Mortificações
      • Cap. 6 – LEI DE DESTRUIÇÃO
        • I – Destruição Necessária e Destruição Abusiva
        • II – Flagelos Destruidores
        • III – Guerras
        • IV – Assassínio
        • V – Crueldade
        • VI – Duelo
        • VII – Pena de Morte
      • Cap. 7 – LEI DE SOCIEDADE
        • I – Necessidade da Vida Social
        • II – Vida de Isolamento – Voto de Silêncio
        • III – Laços de Família
      • Cap. 8 – LEI DO PROGRESSO
        • I – Estado Natural
        • II – Marcha do Progresso
        • III – Povos Degenerados
        • IV – Civilização
        • V – Progresso da Legislação Humana
        • VI – Influência do Espiritismo no Progresso
      • Cap. 9 – LEI DE IGUALDADE
        • I – Igualdade Natural
        • II – Desigualdade de Aptidões
        • III – Desigualdades Sociais
        • IV – Desigualdades das Riquezas
        • V – Provas da Riqueza e da Miséria
        • VI – Igualdade de Direitos do Homem e da Mulher
        • VII – Igualdade Perante o Túmulo
      • Cap. 10 – LEI DE LIBERDADE
        • I – Liberdade Natural
        • II – Escravidão
        • III – Liberdade de Pensamento
        • IV – Liberdade de Consciência
        • V – Livre Arbítrio
        • VI – Fatalidade
        • VII – Conhecimento do Futuro
        • VIII – Resumo Teórico do Móvel das Ações Humanas
      • Cap. 11 – LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE
        • I – Justiça e Direito Natural
        • II – Direito de Propriedade – Roubo
        • III – Caridade e Amor ao Próximo
        • IV – Amor Maternal e Filial
      • Cap. 12 – PERFEIÇÃO MORAL
        • I – As Virtudes e os Vícios
        • II – Das Paixões
        • III – Do Egoísmo
        • IV – Caracteres do Homem de Bem
        • V – Conhecimento de Si Mesmo
    • Livro IV
      • Cap. I – PENAS E GOZOS TERRENOS
        • I – Felicidade e Infelicidade Relativas
        • II – Perda de Entes Queridos
        • III – Decepções, Ingratidão, Quebra de Afeições
        • IV – Uniões Antipáticas
        • V – Preocupação com a Morte
        • VI – Desgosto Pela Vida – Suicídio
      • Cap. II – PENAS E GOZOS FUTUROS
        • I – O Nada – A Vida Futura
        • II – Intuição das Penas e dos Gozos Futuros
        • III – Intervenção de Deus nas Penas e Recompensas
        • IV – Natureza das Penas e Gozos Futuros
        • V – Penas Temporais
        • VI – Expiação e Arrependimento
        • VII – Duração das Penas Futuras
        • VIII – Ressurreição da Carne
        • IX – Paraíso, Inferno, Purgatório, Paraíso Perdido
    • Conclusão

Crie um website ou blog gratuito no WordPress.com.

WPThemes.


Privacidade e cookies: Esse site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte aqui: Política de cookies
  • Seguir Seguindo
    • O Livro dos Espíritos
    • Junte-se a 1.044 outros seguidores
    • Já tem uma conta do WordPress.com? Faça login agora.
    • O Livro dos Espíritos
    • Personalizar
    • Seguir Seguindo
    • Registre-se
    • Fazer login
    • Copiar link curto
    • Denunciar este conteúdo
    • Ver post no Leitor
    • Gerenciar assinaturas
    • Esconder esta barra
%d blogueiros gostam disto: